GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS
LEI No 2.071, de 29 de junho de 2009.
Institui o Programa de Recuperação de Créditos Fiscais – REFIS.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO TOCANTINS
Faço saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO TOCANTINS decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o É instituído o Programa de Recuperação de Créditos Fiscais – REFIS com a finalidade de regularização de créditos tributários referentes ao Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, ao Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores – IPVA e ao Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos – ITCD.
§ 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se crédito tributário recuperado a soma dos valores:
I – do tributo devido;
II – da atualização monetária;
III – dos juros de mora reduzidos;
IV – da multa reduzida, inclusive a de caráter moratório.
§ 2o O
§ 3o O
Art. 2o O REFIS:
I – alcança o crédito tributário cujo fato gerador ou ato infracional tenha ocorrido até 31 de dezembro de 2008, inclusive o:
a) ajuizado;
b) parcelado, desde que esteja adimplente ou tenha sido quitado, no mínimo, 20% da parcelas;
c) não constituído, desde que confessado espontaneamente;
d) decorrente da aplicação de pena pecuniária;
e) constituído por meio de ação fiscal a partir da vigência desta Lei;
II – tem aplicação cumulativa com as normas de concessão do parcelamento;
III – pressupõe:
a) confissão irretratável da dívida por parte do sujeito passivo;
b) desistência dos atos de defesa ou de recurso;
IV – estende-se ao pagamento ou parcelamento da parte não litigiosa do crédito tributário;
V – permite a regularização dos débitos em atraso por unidade de processo;
VI – deve ser requerido até o dia 30 de setembro de 2009;
VII – considera-se formalizado com:
a) o pagamento à vista;
b) a assinatura do Termo de Acordo de Parcelamento, até o dia 31 de dezembro de 2009, se parcelado;
VIII – não alcança os créditos tributários devidos pelas microempresas e empresas de pequeno porte, optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições – Simples Nacional, apurados na forma desse regime.
Parágrafo único. O prazo previsto no inciso VI deste artigo pode ser prorrogado, uma única vez, por conveniência da administração tributária, mediante ato do Secretário de Estado da Fazenda.
DO PAGAMENTO À VISTA
Art. 3o O pagamento à vista induz redução em:
I –100%:
a) da multa moratória ou fiscal;
b) dos juros de mora;
II – 70% da multa formal atualizada.
CAPÍTULO III
DO PAGAMENTO SOB A FORMA
DE PARCELAMENTO
Art. 4o O pagamento parcelado induz redução da:
I – multa de mora ou fiscal e dos juros de mora em:
a) 95% até 18 parcelas;
b) 90% de 19 a 36 parcelas;
c) 85% acima de 36 parcelas;
II – multa formal atualizada, em:
a) 65% até 18 parcelas;
b) 60% de 19 a 36 parcelas;
c) 55% acima de 36 parcelas.
Art. 5o O crédito tributário recuperado somente é liquidado mediante pagamento em:
I – moeda corrente;
II – cheque, nos termos da legislação tributária estadual;
III – dação em pagamento, nos termos da legislação própria.
Art. 6o É facultado o parcelamento do crédito tributário recuperado em prestações mensais, iguais e sucessivas.
§ 1o O Parcelamento é celebrado mediante Termo de Acordo de Parcelamento, instruído com:
I – o demonstrativo dos débitos fiscais;
II – comprovante de pagamento da primeira parcela.
§ 2o É permitido ao contribuinte firmar:
I – tantos parcelamentos quanto lhe convenha, quanto a crédito tributário referente ao ICMS e ao ITCD, observado o art. 2o, inciso I, alínea “b”, desta Lei;
II – um parcelamento para cada veículo, no caso de crédito tributário referente ao IPVA.
§ 3o O ITCD pode
Art. 7o O vencimento de cada parcela ocorre no dia 20 de cada mês, à exceção da primeira parcela que deve ser satisfeita até o dia da firmatura do Termo de Acordo de Parcelamento.
Parágrafo único. O vencimento final de parcelamento referente ao IPVA tem a data limite do mês de dezembro do corrente ano.
Art. 8o Sobre o crédito tributário recuperado mediante parcelamento incide o acréscimo de 0,25% ao mês, compreendendo juros e atualização monetária estimada em caráter definitivo.
§ 1o O valor fixo das parcelas é calculado pelo método francês de amortização – Sistema PRICE.
§ 2o O valor de cada parcela não pode ser inferior a:
I – quanto ao ICMS:
a) R$ 100,00, no caso de empresas com atividades paralisadas;
b) R$ 200,00, nos demais casos;
II – quanto ao IPVA, R$ 50,00;
III – quanto ao ITCD, R$ 500,00.
§ 3o A regularização do débito fiscal em juízo:
I – implica o acréscimo da verba honorária, por ocasião do pagamento à vista ou da primeira parcela, de 0,5% sobre o valor do crédito tributário recuperado;
II – os honorários advocatícios devem ser pagos em documento de arrecadação específico utilizando o código da receita 601;
III – dispensa comprovação, perante a Fazenda Pública, do pagamento das custas processuais.
Art. 9o O atraso de:
I – 15 dias, no pagamento de qualquer parcela, é informado às instituições de proteção ao crédito, para inscrição em cadastro de inadimplentes, na conformidade de norma expedida pelo Secretário de Estado da Fazenda;
II – 3 parcelas ou mais, consecutivas ou não, importa na:
a) perda dos benefícios concedidos no ato do parcelamento para o saldo devedor remanescente;
b) denúncia automática do parcelamento;
c) inscrição imediata do crédito na dívida ativa.
§ 1o A
I – perde os benefícios do REFIS;
II – é acrescida de juros e atualização monetária, conforme previsto no Código Tributário Estadual.
§ 2o A
§ 3o O
Art. 10. Sobre o valor das parcelas é acrescida a Taxa de Serviços Estaduais – TSE, no valor de:
I – R$ 6,00 para ICMS e ITCD;
II – R$ 3,00 para IPVA.
Art. 11. O processo de parcelamento é preparado na Agência de Atendimento do domicílio do sujeito passivo ou na Diretoria de Gestão de Créditos Fiscais, conforme o caso, onde se encontrar a cobrança do crédito tributário.
Art. 12. A Fazenda Pública Estadual é representada, no Termo de Acordo de Parcelamento, pelo Delegado Regional ou pelo Diretor de Gestão de Créditos Fiscais.
Art. 13.
O
Art. 14. Em relação a crédito tributário ajuizado, o parcelamento não fica sujeito à penhora de bens.
Parágrafo único. Garantido o juízo, na execução fiscal, nos termos do art. 9o da Lei Federal 6.830, de 22 de setembro de 1980, a concessão do parcelamento fica condicionada à manutenção da garantia.
Art. 15. Após a concessão do parcelamento, tratando-se de crédito tributário ajuizado, a Procuradoria-Geral do Estado deve ser comunicada para solicitar a suspensão do curso da ação de execução fiscal.
CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 16. É extinto o crédito tributário relativo ao IPVA incidente sobre veículos apreendidos ou de propriedade do Governo Estadual e arrematados em leilão público até o dia 31 de dezembro de 2008, compreendendo:
I – na hipótese de veículos apreendidos, os exercícios fiscais anteriores à apreensão ao exercício fiscal da arrematação;
II – na hipótese de veículos oficiais, o exercício fiscal da arrematação.
Art. 17.
Os
Art. 18. O Secretário de Estado da Fazenda adota as providências necessárias ao cumprimento desta Lei.
Art. 19. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 20. É revogada a Lei 1.892, de 21 de fevereiro de 2008.
MARCELO DE CARVALHO MIRANDA
Governador do Estado
Marcelo Olímpio Carneiro Tavares Secretário de Estado da Fazenda |
Mary Marques de Lima Secretária-Chefe da Casa Civil |
Este texto não substitui o publicado no D.O.E